Quando
penso como é que eu seria se não te tivesse encontrado – sem ambição, sem saber
desfrutar os pequenos prazeres da vida, sem qualquer fascínio pela magia do
ouro, e ao mesmo tempo dotada de uma inteligência moderada e sem quaisquer
meios materiais – iria sentir-me muito miserável e entraria em declínio. Tu
dás-me não apenas objetivos e direção, mas também tanta felicidade, que nunca
poderia sentir-me insatisfeita com o presente infortunado que vivo neste
momento; tu dás-me esperança e a certeza do sucesso.
Sabes
Amor…
Eu
adoro-te sem saber como ou quando ou a partir de onde…
Simplesmente
adoro-te, sem problema ou orgulho: eu adoro-te desta maneira porque não conheço
qualquer outra forma de te adorar sem ser esta, onde não existe eu ou tu, tão
intimamente que a tua mão sobre o meu peito é a minha mão, tão intimamente que
quando adormeço os teus olhos fecham-se.
Sabes
Amor…
Quando damos as mãos, somos um barco feito de oceano,
a agitar-se sobre as ondas, mas ancorado ao oceano pelo próprio oceano. Pode
estar toda a espécie de tempo, o céu pode estar limpo, o céu pode segurar
nuvens e chumbo, nevoeiro ou madrugada, pode ser de noite, mas, sempre que
damos as mãos, transformamo-nos na mesma matéria do mundo. Se preferires uma
imagem da terra, somos árvores velhas, os ramos a crescerem muito lentamente, a
madeira viva, a seiva.
Por isto e por mais do que isto, tu estás aí e eu, aqui, também estou aí. Existimos no mesmo sítio sem esforço. Aquilo que somos mistura-se. Os nossos corpos só podem ser vistos pelos nossos olhos. Os outros olham para os nossos corpos com a mesma falta de verdade com que os espelhos nos refletem.
Por isto e por mais do que isto, tu estás aí e eu, aqui, também estou aí. Existimos no mesmo sítio sem esforço. Aquilo que somos mistura-se. Os nossos corpos só podem ser vistos pelos nossos olhos. Os outros olham para os nossos corpos com a mesma falta de verdade com que os espelhos nos refletem.
Aquilo que existe dentro de mim e dentro de ti, existe
também à nossa volta quando estamos juntos.
Sabes Amor…
São as pessoas como tu que fazem com que o nada queira
dizer-nos algo, as coisas vulgares se tornem coisas importantes e as
preocupações maiores sejam de facto mais pequenas. São as pessoas como tu que
dão outra dimensão aos dias, transformando a chuva em delirante orvalho e
fazendo do inverno uma estação de rosas rubras.
As pessoas como tu possuem não uma, mas todas as vidas. Pessoas que amam e se entregam porque amar é também partilhar as mãos e o corpo. Pessoas que nos escutam e nos beijam e sabem transformar o cansaço numa esperança aliciante, tocando-nos o rosto com dedos de água pura, soltando-nos os cabelos com a leveza do pássaro ou a firmeza da flecha. São as pessoas como tu que nos respiram e nos fazem inspirar com elas o azul que há no dorso das manhãs, e nos estendem os braços e nos apertam até sentirmos o coração transformar o peito numa música infinita. São as pessoas como tu que não nos pedem nada mas têm sempre tudo para dar, e que fazem de nós nem ícaros nem prisioneiros, mas homens e mulheres com a estatura da vida, capazes da beleza e da justiça, do sofrimento e do amor. São as pessoas como tu que, interrogando-nos, se interrogam, e encontram a resposta para todas as perguntas nos nossos olhos e no nosso coração. As pessoas que por toda a parte deixam uma flor para que ela possa levar beleza e ternura a outras mãos. Essas pessoas que estão sempre ao nosso lado para nos ensinar em todos os momentos, ou em qualquer momento, a não sentir o medo, a reparar num gesto, a escutar um violino. São as pessoas como tu que ajudam a transformar o mundo.
As pessoas como tu possuem não uma, mas todas as vidas. Pessoas que amam e se entregam porque amar é também partilhar as mãos e o corpo. Pessoas que nos escutam e nos beijam e sabem transformar o cansaço numa esperança aliciante, tocando-nos o rosto com dedos de água pura, soltando-nos os cabelos com a leveza do pássaro ou a firmeza da flecha. São as pessoas como tu que nos respiram e nos fazem inspirar com elas o azul que há no dorso das manhãs, e nos estendem os braços e nos apertam até sentirmos o coração transformar o peito numa música infinita. São as pessoas como tu que não nos pedem nada mas têm sempre tudo para dar, e que fazem de nós nem ícaros nem prisioneiros, mas homens e mulheres com a estatura da vida, capazes da beleza e da justiça, do sofrimento e do amor. São as pessoas como tu que, interrogando-nos, se interrogam, e encontram a resposta para todas as perguntas nos nossos olhos e no nosso coração. As pessoas que por toda a parte deixam uma flor para que ela possa levar beleza e ternura a outras mãos. Essas pessoas que estão sempre ao nosso lado para nos ensinar em todos os momentos, ou em qualquer momento, a não sentir o medo, a reparar num gesto, a escutar um violino. São as pessoas como tu que ajudam a transformar o mundo.
Sabes Amor…
Questiono os gestos mais simples, escrever este texto, tentar dizer aquilo que foge às palavras e que, no entanto, precisa delas para existir com a forma de palavras. Mas eu questiono, pergunto-me, será que são necessárias as palavras? Eu sei que entendes o que não sei dizer. Repito: eu sei que entendes o que não sei dizer. Essa certeza é feita de vento. Eu e tu somos esse vento. Não apenas um pedaço do vento dentro do vento, somos o vento todo.
Fim
(Nota: Este texto foi feito através de uma mistura de outros textos escritos por autores conceituados)
(Nota: Este texto foi feito através de uma mistura de outros textos escritos por autores conceituados)