quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Dedal de vidro - parte 1


Ela aparentava uma calma estranha no meio da correria que era habitual no seu dia. Estava triste. O seu verdadeiro sorriso escondia-se atrás dum sorriso amarelo. Que se passaria entre os seus pensamentos e palavras? Talvez estivesse ferida… ferida por acontecimentos menos bons, ferida por ter causado má Impressão, por ter decidido arriscar e ter-se estatelado por esta estrada fora, ou pior, ferida na alma. Ela agia como se nada fosse, como se tudo estivesse no seu ambiente natural, apelidado de “normal”, rotineiro, mas aquele sorriso escondia uma agitação interior e o seu olhar… esse observava uma realidade bem diferente daquela que estava mesmo ali à sua frente. Perguntei-lhe em jeito de brincadeira o que tinham feito ao seu sorriso, se alguém se tinha arriscado a pedi-lo emprestado ou mesmo a roubá-lo, quiçá. Ela esboçou com as linhas do seu rosto o que poderia ser a sua resposta. Disse-me que não era nada, mas este nada já eu conhecia bem. Era um nada preenchido de sentimentos que nada tinham de vazios…

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