quarta-feira, 23 de abril de 2008

Ninguém...


Ninguém ouviu os teus passos de mansinho,
na madrugada chuvosa em que entraste pela porta das traseiras.
Ninguém sentiu a tua alma estremecer com a dor que trazias guardada
debaixo da tua roupa.
Ninguém te viu chorar, encostada a um canto, como se tivesses destruído alguém ou alguma coisa quando, a única coisa destruída era o teu coração, o teu belo coração.
Ninguém te abraçou com força, com carinho para segurar, não o teu corpo mole, mas a dor com a qual lutavas e te tentavas libertar.
Ninguém te aconchegou a roupa da cama, depois de teres passado horas a lavar a sujidade que sentias nas tuas mãos, no teu peito, na tua face...no teu olhar!
Ninguém ficou contigo, durante toda a noite, caso precisasses de chorar mais um pouco, de um abraço verdadeiro, de uma palavra amiga, de uma noite esquecida.
Ninguém te pediu para agradecer o que fez por ti,
Ninguém te pediu para dares algo em troca pelo que te entregou de coração,
Ninguém fez nada disso porque esse "Ninguém"...fui eu!

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